E eu estou repetindo sempre, por mais que os dias não sejam ensolarados, por mais que uma dorzinha me parta de vez em quando, o sol que salta do meu peito consegue iluminar de flores o meu caminhar, por que uma coisa eu aprendi, viver é uma coisa bonita, e que agente não precisa olhar demorado para o que não nos traz prazer e alegria de viver... A gente precisa ter olhos para enxergar o belo, aquilo que expressa o encanto das coisas mais lindas da vida, e elas existem, e são lindas, e estão aí para ser vistas, a gente é que tem que perder esse medo de se alargar de sorrisos, e tratar de ser feliz enquanto ainda existe tempo para isso. E a gente vai descobrindo nos tombos e encontros do dia a dia, que ser feliz é uma questão nossa, que a gente tem que resolver SER ou não SER. Pode parecer difícil, mas é no esforço diário que a gente consegue arrancar de cada dia gotas azuis de felicidade.

Rosângela Cunha

De volta pra casa (Fevereiro/2010).

05:59 / Postado por Rosângela Cunha /

Mas eu tinha que lhe dizer antes que aquele ônibus partisse
que embora eu estivesse partida em mil pedacinhos,
ainda restava-me força e fôlego para lhe dizer
com a voz engasgada, que eu ia ficar lhe esperando

o resto da minha vida, mas que estava disposta
a enfrentar o silêncio dos seus passos pelos cantos da casa,
e, que mesmo aos "trancos", abriria a janela do quarto
para que o sol pudesse invadir com os seus raios luminosos
o meu ser tão cansado que por tanto tempo lhe abrigou...

Mas eu tinha que lhe dizer muito mais ainda,
que eu não podia lhe impedir de partir,
e deixar você ir agarrar com unhas e dentes
o mundo que lhe aguardava...

Chega uma hora que a VIDA é a única escolha,
e para você não poderia ser diferente,
a hora é essa que está lhe acontecendo agora,
e que esse é o tempo de você se “fazer”, eu sei...

Fiz o que você me pediu quando nos despedimos,
“engoli” o choro, e só me restou então,
acenar até o ônibus desaparecer
naquela estrada que parecia não ter fim,
para finalmente soltar o choro que estava entalado
da sua falta, do seu sorriso, do seu abraço,
do meu medo de voltar sozinha para abrir
a porta da nossa casa espalhada de lembranças suas...

Eu sabia que ia ser assim,
mas eu enfrentei corajosamente
aquela volta com os olhos pregados na estrada
que nos levou, e que me trouxe sem você de volta pra casa.

Rosângela Cunha

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