E eu estou repetindo sempre, por mais que os dias não sejam ensolarados, por mais que uma dorzinha me parta de vez em quando, o sol que salta do meu peito consegue iluminar de flores o meu caminhar, por que uma coisa eu aprendi, viver é uma coisa bonita, e que agente não precisa olhar demorado para o que não nos traz prazer e alegria de viver... A gente precisa ter olhos para enxergar o belo, aquilo que expressa o encanto das coisas mais lindas da vida, e elas existem, e são lindas, e estão aí para ser vistas, a gente é que tem que perder esse medo de se alargar de sorrisos, e tratar de ser feliz enquanto ainda existe tempo para isso. E a gente vai descobrindo nos tombos e encontros do dia a dia, que ser feliz é uma questão nossa, que a gente tem que resolver SER ou não SER. Pode parecer difícil, mas é no esforço diário que a gente consegue arrancar de cada dia gotas azuis de felicidade.

Rosângela Cunha

07:06 / Postado por Rosângela Cunha /

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático.
Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade. 
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade.
Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro. 
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.

Martha Medeiros

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